segunda-feira, 25 de maio de 2009

Documentário “Abaixando a máquina - Ética e Dor no Fotojornalismo Carioca”

Guillermo Planel e Renato de Paula dirigiram o documentário “Abaixando a máquina - Ética e Dor no Fotojornalismo Carioca”, que mostra a rotina de diversos fotógrafos em meio a situações complicadas do cotidiano da profissão. O filme mostra cenas de pessoas que se arriscam por boas fotos, onde o ofício os leva a desejar que algo de trágico aconteça o tempo todo, para que possa render boas fotografias.
Muitos profissionais do ramo como: Alex Ferro, Alexandre Brum, Ana Branco, Berg Silva, Carlos Wrede, Custódio Coimbra, Daniel Ramalho, Domingos Peixoto, Estefan Radovicz, Evandro Teixeira, Flavio Damm, Gabriel de Paiva, Guilherme Pinto, Ignácio Ferreira, Ivo Gonzalez, J. Egberto, João Laet, Leonardo Rozario, Luis Alvarenga, Luiz Morier, Marcelo Carnaval, Márcia Foletto, Marcos Tristão, Michel Filho, Orlando Abrunhosa, Severino Silva, Uanderson Fernandes, Wania Corredo e Wilton Jr dão depoimentos de como é complicado não se envolver com aquilo que veem, como mães enterrando filhos, crianças inseridas numa sociedade violenta, tiroteios, entre outros.
As imagens mostram ao espectador que a realidade do Brasil, mais precisamente do Rio, passa as ser entendida com mais precisão a partir do momento que é fotografada. Os fatos ocorridos passam a chocar mais quando são escritos em jornais, revistas, sites e etc. e são acoplados às figuras, uma imagem realmente vale mais que muitas palavras.
No ‘outro lado da moeda’, a máquina dos profissionais registra momentos de descontração, como futebol e samba, na cidade do Rio de Janeiro, momentos esses que tiram temporariamente da mente dos fotógrafos algumas cenas de barbáries que presenciam.
Documentário de 2008, vale a pena assistir.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A relação de longa data entre brasileiros e os jornais impressos

Grandes debates ocorrem a cerca da informação de que o jornal impresso corre o risco de chegar ao fim da linha. A possibilidade de que isso aconteça não está em questão, e sim, se os brasileiros ainda têm tido o prazer de ler os jornais que permanecem disponíveis no mercado, e serem consumidos por suas matérias, principalmente aos domingos. O jornalista Gualter Mathias Netto se mostrou preocupado com a circulação antecipada do jornal dominical no fim da tarde de sábado, e chegou a questionar em um artigo na ‘Revista da Comunicação’ se as informações não passariam a ser ultrapassadas a partir do momento em que são lidas antes da data prevista.
Com uma visão semelhante a do jornalista, o leitor Allan Santos, acredita que a circulação do jornal na véspera do esperado, banaliza o termo “Jornal de domingo”: “Ele passa a ser uma espécie de segunda edição do jornal de sábado, e os brasileiros como são curiosos, acabam não esperando até o domingo, adquirindo assim o hábito de receber as informações antecipadamente, que acabam sendo vistas como elementos obsoletos.”
Uma questão também levantada por Gualter é o fato de os leitores fiéis não perceberem que as notícias que são lidas nos jornais diários se tratam de acontecimentos ocorridos no dia anterior, o que seria também contraditório ao termo “jornal diário”.
Essas questões são fundamentais pra se chegar num consenso em relação ao pensamento desses leitores, que mesmo sem ter essa percepção, acabam estranhando apenas as edições de domingo veiculadas no sábado, e não as dos outros dias da semana.
Em meio a esses pontos, aparece um item a mais a ser discutido, o avanço tecnológico que vem trazendo as notícias em tempo real como em portais da internet. Os leitores agora têm a opção de se informar mais rápido do que há tempos atrás, e antes mesmo de terem em mãos o jornal impresso, sendo assim, a tendência é fazer do último mais ultrapassado ainda.
Para Allan, os leitores assíduos não vão trocar o hábito de ler jornais impressos e se render às novidades tecnológicas: “Embora seja mais prático e rápido se informar através da tv e internet, eu acho que o jornal ainda é a forma mais eficiente e benéfica para assimilar e compreender as notícias. A leitura sempre será a forma mais eficaz de se entender e absorver uma notícia ou informação, não obstante a internet também traz as notícias escritas, mas só o jornal consegue passar as informações de uma forma mais formal e elegante”.
Hoje, é possível notar que gera certa estranheza ao leitor essa novidade de adquirir jornais na véspera de sua circulação, mas que a relação de longa data entre eles não vai acabar por agora, e nem a internet vai aniquilar essa afinidade, e como têm acontecido atualmente, novidades como essa do ‘jornal de sábado-domingo’ entram para o cotidiano da sociedade gradativamente.